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Postos Flutuantes no Rio Negro: um exemplo para regiões sem estrutura na orla

Alternativa eficiente para abastecimento no meio fluvial

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Manaus é, por excelência, uma cidade moldada pelos rios. Com uma malha hidrográfica vasta e intensa atividade náutica, a capital amazonense abriga uma infraestrutura única para abastecimento de embarcações: os postos flutuantes. Espalhados ao longo do Rio Negro, eles são fundamentais para garantir a mobilidade de passageiros, cargas e turismo na região — e um exemplo de solução para cidades que ainda não contam com estruturas fixas de abastecimento em suas orlas.


Esses postos funcionam como plataformas flutuantes equipadas com tanques, bombas de combustível e sistemas de contenção ambiental. Estão devidamente licenciados e regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), pelo IBAMA e pela Marinha do Brasil.


A operação segue uma logística específica: o combustível, armazenado nas distribuidoras de Manaus, é transportado por balsas-tanque até os flutuantes. De lá, é fornecido diretamente às embarcações — desde barcos regionais a lanchas de recreio — por bombas adaptadas e mangueiras alongadas. Essa solução elimina a necessidade de caminhões-tanque ou grandes obras em terra, preservando as margens dos rios e permitindo o abastecimento em locais de difícil acesso.


Além da eficiência logística, os postos flutuantes também cumprem rigorosas exigências ambientais: tanques com contenção secundária, barreiras de contenção flutuantes para eventuais derramamentos, kits de emergência para absorção de óleo e equipes treinadas para agir em casos de acidente. Esses requisitos são definidos por normas federais, como a Resolução ANP nº 41/2013, e estaduais, como as diretrizes do IPAAM.


O modelo de Manaus demonstra como é possível desenvolver o turismo náutico, a logística fluvial e a navegação sustentável mesmo em locais com pouca infraestrutura terrestre, respeitando as leis e protegendo o meio ambiente.


ACATMAR realiza visitas técnicas e participa como palestrante no 1º Workshop Náutico Amazonáutica

Foto: Presidente da ACATMAR Mané Ferrari e Presidente da Amazonáutica Ivo Araujo
Foto: Presidente da ACATMAR Mané Ferrari e Presidente da Amazonáutica Ivo Araujo

A convite da Amazonáutica, entidade que representa o setor náutico no Amazonas, a Associação Náutica Brasileira (ACATMAR) está em Manaus nesta semana realizando visitas técnicas para conhecer de perto essas boas práticas.


A programação inclui inspeções técnicas a postos flutuantes, terminais portuários e operações de logística fluvial, marinas, piers, restaurantes flutuantes entre outros, com o objetivo de registrar e compartilhar experiências que possam ser aplicadas em outras regiões brasileiras.


Além das visitas, a ACATMAR participa como palestrante do 1º Workshop Náutico Amazonáutica — Desafios e Oportunidades, evento que será realizado nos dias 16 e 17 de julho, no auditório do Mirante Lúcia Almeida, no Centro de Manaus, com início às 8h.


O encontro reunirá especialistas, autoridades e representantes do setor para discutir temas como:


  • Turismo náutico

  • Indústria naval

  • Logística fluvial

  • Sustentabilidade


Durante o evento, o presidente da ACATMAR, Mané Ferrari, apresenta a palestra “Turismo Náutico no Brasil: desafios e oportunidades”, destacando números e tendências do setor, e a diretora de Turismo e Sustentabilidade da associação, Michele Castilho, fala sobre o Programa Bandeira Azul e a sustentabilidade como diferencial competitivo, mostrando como a preservação ambiental fortalece o setor.


Para a ACATMAR, o evento é uma oportunidade de mostrar como a união entre inovação, regulamentação e preservação ambiental pode impulsionar a economia do mar em todo o Brasil.

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Solução replicável


Em um país onde boa parte das cidades costeiras e ribeirinhas carece de infraestrutura para abastecimento náutico, os postos flutuantes do Rio Negro se destacam como alternativa viável, legal e ambientalmente segura.


Com a experiência de Manaus, fica claro que é possível oferecer serviços de qualidade, proteger os rios e fomentar o desenvolvimento econômico do setor náutico — sem abrir mão da responsabilidade ambiental.


Por: Redação Mundo Mar

Fotos: Mundo Mar

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