Novos números revelam a força global da economia azul, segundo a UNCTAD
- Redação Mundo Mar
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Relatório das Nações Unidas atualiza números do setor e reforça a importância da economia do mar como motor de crescimento.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou nesta semana uma atualização global sobre a economia azul, revelando números que reafirmam o papel estratégico dos oceanos no desenvolvimento sustentável, na geração de empregos e na alimentação global.
Segundo o novo relatório, o setor náutico e marinho — que abrange áreas como pesca, aquacultura, transporte marítimo, energia oceânica, turismo costeiro e construção naval — é responsável por sustentar direta ou indiretamente 600 milhões de pessoas em todo o mundo, com mais de 100 milhões de empregos formais, a maioria nos países em desenvolvimento.
O estudo também mostra que, entre 1995 e 2020, a economia azul global cresceu 2,5 vezes, impulsionada pelo aumento da demanda por proteína marinha, crescimento do turismo náutico, investimentos em infraestrutura portuária e inovação tecnológica em setores como energia renovável offshore e biotecnologia marinha.
Mar como ativo econômico e ambiental
A UNCTAD reforça que os oceanos, que cobrem 70% da superfície terrestre, são responsáveis por regular o clima, fornecer oxigênio, capturar carbono e garantir alimento para bilhões de pessoas. Mas alerta: para que esse crescimento se mantenha de forma sustentável, é fundamental que os países invistam em governança costeira, gestão de áreas marinhas protegidas, inovação sustentável e inclusão social.
“Se bem gerida, a economia azul pode ser uma força transformadora para o desenvolvimento econômico, inclusão e ação climática”, declarou Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD, durante a UN Ocean Conference, que acontece nesta semana em Nice, na França.
O relatório também destaca a necessidade urgente de combater a poluição marinha, os efeitos da acidificação dos oceanos e a pesca predatória, que ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas e a viabilidade de longo prazo do setor.

Impacto no setor náutico e turismo costeiro
Um dos pontos centrais do crescimento da economia azul é o aumento do turismo náutico e costeiro, que ganhou impulso nas últimas décadas com a expansão de marinas, esportes aquáticos, cruzeiros e destinos voltados ao contato com o mar. Países como Itália, França, Croácia, Maldivas, Brasil e Indonésia têm registrado crescimento contínuo nesse segmento.
O setor de construção naval e náutica de lazer também teve papel relevante, com expansão de estaleiros voltados à produção de embarcações de médio porte, catamarãs e soluções sustentáveis, como propulsão elétrica e hidrogênio. A ascensão da consciência ambiental tem impulsionado projetos mais verdes e eficientes, atraindo novos perfis de consumidores.
O Brasil no contexto da economia azul
No Brasil, iniciativas como o fortalecimento da indústria náutica em Santa Catarina, a estruturação do turismo náutico em regiões como a Costa Verde, o Nordeste e o Sul, e projetos como a revitalização de áreas portuárias com uso misto (turismo, serviços e lazer) mostram o potencial de inserção nacional em um movimento global.
O país, com mais de 8 mil quilômetros de costa e uma das maiores reservas de biodiversidade marinha do planeta, tem espaço para avançar em políticas públicas integradas que incentivem o uso sustentável dos mares — com foco em geração de empregos, economia circular, pesquisa e inclusão social das comunidades costeiras.
Por: Redação Mundo Mar
Fotos: Mundo Mar
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